31 de dez. de 2009

Antônio, filho de Simeão



Se meu pai estivesse aqui, entre nós, teria completado 80 anos no último dia 16. Então, resolvi utilizar este espaço para homenageá-lo, contando um pouco da sua história. Mas não pensem que esta postagem, na véspera do Ano-Novo, será triste ou melancólica... De jeito nenhum! Não combinaria com a lembrança que tenho dele.

Antônio Simeão, como era conhecido, sempre foi sinônimo de alegria. De riso fácil, adorava pescar e contar histórias de pescarias, quase sempre aumentando o tamanho do peixe...

Impossível esquecer as muitas vezes em que a gente se sentava ao redor da mesa da cozinha lá de casa, no interior de Minas, ouvindo meu pai contar seus “causos” que arrancavam risos de toda a família. Programa melhor não tinha. Os temas variavam: iam desde lembranças da sua infância – travessuras, na maioria – até histórias de cobras enormes que apareciam lá na roça, ou de assombrações que ele garantia que fulano viu... Enquanto isso, minha mãe ajeitava a lenha no fogão para atiçar o fogo e manter a água quente na serpentina (para quem não conhece, serpentina é um sistema de tubos, instalado no fogão a lenha, para aquecer a água da torneira e do chuveiro). De vez em quando, meu pai exagerava nas histórias, inventava detalhes meio absurdos só para ilustrar e fazer graça. Nessas horas, minha mãe o repreendia com um “Antônio!!!” e todos, inclusive ele, caiam na gargalhada...

Era bonito ver a amizade dele com os irmãos. Quando nós, filhas, éramos ainda crianças e acontecia de alguma se "estranhar" com outra, ele fazia as briguentas se abraçarem (mesmo contra a nossa vontade) e dizia que a gente devia ter como exemplo a forma como ele e os seus irmãos conviviam.

Todos os dias, infalivelmente, ele visitava as “meninas” – era assim que se referia, carinhosamente, às suas irmãs Maria e Ana, que já passaram dos oitenta anos. Dizia para nós: “tenho que ir todo dia, não sei quanto tempo de vida elas ainda têm...” Não sabia ele que deixaria este mundo bem antes delas...

Lembro-me de que meu pai gostava de jogar Truco e ficou até bravo quando quiseram ensinar o jogo de Buraco pra ele. Disse que não queria aprender, não tinha paciência e que o jogo dava sono. Mas acabou sendo convencido (ou vencido) pelos amigos e tomou gosto pelo “carteado”, fazendo da reunião na casa dos parentes uma distração diária...

Orador nato, embora pouco soubesse além de fazer contas e assinar o próprio nome, meu pai nunca se amedrontou diante de uma plateia ou de um microfone. Pelo contrário, parecia gostar do desafio... Quando era necessário falar, lá estava ele, dando o recado como tinha de ser. Se lhe faltavam conhecimentos gramaticais – por não ter frequentado a escola – sabia compensar com clareza e expressividade.

Aprendi com meu pai a falar a verdade, ser íntegra, não fazer dívidas, não prometer o que não posso cumprir e, acima de tudo, a ver o lado bom da vida... Saudades? Tenho muitas! Alguns anos já se passaram desde que ele se foi, mas procuro me lembrar dos momentos bons que vivemos e de todas as risadas que demos juntos. Certamente meu pai foi um homem feliz!

Quando um ano termina, é comum a gente refletir sobre o que passou, lembrar de tudo que realizamos e do que ficou para depois, na eterna busca da felicidade... Mas isso pode não ser assim tão complicado. É como diz Mário Quintana "faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."

E felicidade é o que eu desejo para vocês, caros leitores!

Que venha 2010!

20 de dez. de 2009

Mais uma sobre o Hino Nacional

Outro dia, descobri que a introdução do Hino Nacional Brasileiro (aquela parte instrumental) já teve uma letra, que foi extinta da versão oficial e pouca gente conhece...

Resolvi, então, caros leitores, compartilhar um vídeo com vocês, que mostra o depoimento da senhora Ana Arcanjo sobre o assunto.



Abraços!

13 de dez. de 2009

A palavra é: ESBOÇO

Na terça-feira, dia 8, no segundo dia de uma conferência sobre mudança climática realizada em Copenhague, na Dinamarca, um jornal britânico publicou o esboço do que seria o documento final do evento, proposto pelo país-sede.

A palavra “esboço” é um substantivo masculino que tem origem no italiano 'sbozo'. Ela designa, no texto acima, o rudimento de algo, as primeiras ideias e noções preliminares.

Definição do “iDicionário Aulete”:(es.bo.ço) [ô] s.m.

1. Primeiros traços, primeiro delineamento que vai dar origem a um desenho ou obra de arte (esboço de quadro, de escultura).

2. Qualquer obra apresentada de forma breve ou em seus traços gerais ou iniciais: esboço de um filme/de um livro/de uma obra arquitetônica.

3. Primeiras ideias, noções preliminares, rudimento (de algo): Já pensava no esboço de seu projeto.

4. Ação apenas principiada, que não se completa (esboço de reação, de fuga).

5. Figura indistinta de algo ou alguém; VULTO.

6. Apresentação resumida, sintética de algo: Expôs à diretoria um esboço da situação da empresa.

[F.: Do it. sbozzo. Hom./Par.: esboço (s.m.), esboço (fl. de esboçar), esbouço (fl. de esbouçar).]

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

8 de dez. de 2009

Dica cultural



Caros leitores, aqui vai uma ótima dica: assistir ao “Conto Sete em Ponto”, no dia 10 de dezembro, às 19 horas, no Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade). Os convites são gratuitos.

O nome do espetáculo é “Onde brilha a estrela" e serão apresentados contos e cantos que resgatam a magia do Natal. Acessem http://www.aletria.com.br/noticias_abre.asp?id=1610 para mais informações.

Abraços!

6 de dez. de 2009

"Deu Zebra!"

A mãe de todas as zebras

Por Celso Unzelte, colunista do Yahoo! Esportes


Ela está até no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: zebra, em competições esportivas, significa “um resultado anormal, inesperado, contrário às expectativas”. Mas quem criou essa expressão e por quê? E qual teria sido a primeira de todas as zebras?

Tudo começou em 1964, ano em que o folclórico técnico Gentil Cardoso (1906-1970) treinava a pequena Portuguesa carioca. Gentil foi o autor de várias frases que entraram para a história do futebol brasileiro, como “Quem se desloca recebe e quem pede tem preferência”. E ainda do diálogo com um jogador em que dizia: “Fulano, de que é feita a bola? De couro. E de onde vem o couro? Da vaca. E a vaca come o quê? Grama. Então, meu filho, bota essa bola na grama, rasteirinha, rasteirinha...”

No dia 23 de julho de 1964, a pequena Portuguesa de Gentil Cardoso enfrentaria o poderoso Vasco, pelo Campeonato Carioca, no Estádio das Laranjeiras, campo do Fluminense. “Se meu time vencer hoje vai ser como dar zebra na cabeça no jogo do bicho”, comparou Gentil, sabendo muito bem que a zebra não existe no jogo do bicho. Como a Portuguesa carioca acabou ganhando do Vasco naquele dia por 2 a 1, a expressão ficou para sempre.

Com o advento da Loteria Esportiva, a partir de 1970, a expressão “zebra” ganhou força para designar qualquer resultado surpreendente que complicasse a vida das pessoas que sonhavam em fazer os treze pontos e ficar milionárias. A maior delas aconteceu em 1972. Uma vitória do Juventus sobre o Corinthians por 1 a 0, no jogo 2 do teste número 85, permitiu que Eduardo Varela, o Dudu da Loteca, ganhasse sozinho o prêmio de 11,6 milhões de cruzeiros.

Durante anos, o programa Fantástico, da Rede Globo, começava com os resultados dos treze jogos narrados por Léo Batista e o desenho da simpática Zebrinha, do cartunista gaúcho Borjalo, narrando: “Coluna um, coluna dois, coluna do meio...” E quando algum desses resultados era inesperado, era a vez da Zebrinha observar, toda contente: “Ih, deu eu, Zebraaaaaaaaa...”

Jornalista e pesquisador, Celso é professor de jornalismo e comentarista do canal ESPN Brasil, no qual participa do programa “Loucos por Futebol”. Também colabora com especiais para as revistas Placar e Quatro Rodas. Celso escreve semanalmente para o Yahoo! Esportes.

Fonte: www.yahoo.com.br

Caros leitores, muitas vezes, utilizamos expressões sem saber direito como surgiram. A gente ouve aqui, ali, e, sem perceber, já incorporamos ao nosso vocabulário. Mas esse "trem" é interessante demais! Vamos voltar ao assunto outro dia?...

Abraços!