Quinta filha de uma turminha de oito, ela recebeu, da madrinha, o nome de Lubélia. Assim como o nome, ela também não era muito comum... Com a vida difícil, na roça, não pôde estudar muito. Mas era inteligente, esforçada, e apenas com o primário já dava aulas para quem precisasse.
Aos 23 anos conheceu Antonio, o grande amor e companheiro de toda a sua vida. No início não foi fácil; ele era viúvo e tinha duas filhas, pequenas ainda. Mas Lubélia não teve dúvidas e casou-se com Antonio, assumindo a criação das filhas que ele trazia consigo. Corajosa ela!
E do casamento vieram mais quatro filhas, quatro Marias, completando, assim, a casa das sete mulheres: Lubélia e as seis meninas. Dificuldades e desafios foram muitos, mas o casal passou por tudo, e as filhas, como dizia o Antonio, orgulhoso, “todas deram gente”...
Mas por causa de uma doença grave, uma das Marias foi embora cedo, aos 35 anos. Era a Maria Eloisa, linda, loira e a alegria da casa! Foi difícil para a Lubélia e toda a família se acostumarem com a ausência da Loló – apelido carinhoso dado pelos amigos. O conforto era pensar que ela devia estar fazendo a maior farra lá em cima...
E dois anos depois, quando parecia que a vida tinha retomado o seu curso normal, um susto: agora era o Antonio que estava doente. E a Lubélia, com uma força vinda não se sabe de onde (ou melhor, só podia ser de Deus) não saiu um só instante do lado do marido. Noites sem dormir, viagens para acompanhá-lo no tratamento, lágrimas e orações... Até que Deus o levou para junto de Si. Ela soube aceitar, porque pior que perdê-lo era ver o seu sofrimento. A família e os amigos não a abandonaram, pois sabiam que não seria fácil superar outra perda e em tão pouco tempo. Mas com a fé que sempre a acompanhou, nesses quase setenta anos de vida, ela se manteve firme e hoje desfruta da companhia de outro Antonio, seu netinho, que trouxe alegria e esperança em seus lindos olhos azuis...
Mas por que estou contanto tudo isso?... Porque Lubélia é minha mãe e eu tenho muito orgulho de ser uma das quatro Marias, entre as seis filhas queridas de Antonio.
Ficaria eu aqui, escrevendo páginas e páginas para falar do caráter e da bondade de minha mãe, por tantas vezes incompreendida. Falaria das noites em que ela ficava cochilando em cima da máquina de costura, trabalhando até tarde; ou do cafezinho que fazia todos os dias para a vizinha D. Maria Graciana, velhinha pobre que não tinha ninguém por ela.
Incapaz de dizer “não” para os outros, ainda que isso lhe custe sacrifício, ela é um exemplo de MÃE, no sentido mais completo da palavra.
Hoje é um dia muito especial e a minha homenagem é para a Lubélia e todas as mães que, como ela, souberam se entregar de corpo e alma, abrindo mão até dos próprios sonhos, pela felicidade de seus filhos.
Parabéns, Mãe! E obrigada por tudo!
Da sua filha, Maria Eliana.
10 de mai. de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Que bela história de vida...
ResponderExcluirTudo de bom para Dona Lubélia e para todas as mães...
PS: Agora foi! =D
Felicidades e saúde a Dona Lubélia e parabéns a você, que tão carinhosamente externou todo o seu amor e admiração por ela em uma linda e merecida homenagem!!!
ResponderExcluirBeijos...
ola garota, parabéns pelo blog.
ResponderExcluirvc anda sumida heim.
Obrigada, Marcelo. Sumi não, tô por aqui mesmo... Bjs.
ResponderExcluirLili, que bela homenagem!!!!
ResponderExcluirForça e saúde para sua mãe.
bjs.
Elba
Que Deus, na sua infinita bondade,derrame sobre a sua família,saúde,paz,alegria e muitos anos de vida,para que possam compartilhar essa alegria com outras pessoas. Parabéns pela sua família!!!!
ResponderExcluir