Acho melhor citar um exemplo para clarear a situação...
Clique na foto para ampliar

Mas as palavras oxítonas continuam acentuadas, como Piauí, por exemplo.
Até a próxima!
Explico que este blog não é sobre Culinária. O nome é uma homenagem ao queijo de origem italiana (mozzarella) conhecido por aqui, teimosamente, como MUSSARELA, embora nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras não conste tal grafia. Há quem diga que o freguês pode até reclamar da pizza feita com MUÇARELA. Coisas da nossa Língua Portuguesa... Sobre essas e outras curiosidades é que vamos falar agora.
Clique na foto para ampliar
Clique na foto para ampliar
'O BATE-BOCA no Senado continua! E de alto, altíssimo nível! Até formas inusuais do presente do subjuntivo de verbos irregulares e barrocas construções pleonásticas foram usadas na última segunda-feira por membros da tropa de choque de José Sarney.Fonte: jornal Folha de S. Paulo - 6/8/2009
A "aula" foi dada pelo ex-presidente Fernando A. C. de Mello (PTB-AL), que, arfante, com olhar aquilino, disse o seguinte ao senador Pedro Simon (PMDB-RS): "São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente". Depois, Simon disse que sentiu medo do olhar de Mello e que lhe vieram à lembrança certos fatos de um outro Mello, o Mello pai, que, em 1963, em pleno plenário do Senado e no melhor estilo jagunço...
Pois bem. Como se explica a forma verbal "digira" de "...quero que o senhor as engula e as digira"? Trata-se de flexão do verbo "digerir", cujo presente do indicativo começa com "eu digiro, tu digeres, ele digere...".
Como se vê, na primeira pessoa do singular ocorre a terminação "-iro", presente em todos os verbos terminados em "-erir" (preferir, ferir, gerir, proferir, deferir, diferir, aderir, conferir, referir, interferir etc.): eu prefiro, firo, giro, profiro, defiro, difiro, adiro, confiro, refiro, interfiro.
Como o leitor deve saber, o presente do subjuntivo se baseia integralmente na primeira pessoa do singular do presente do indicativo: de "eu ouço", faz-se "que eu ouça, que tu ouças, que ele ouça, que nós ouçamos..."; de "eu faço", faz-se "que eu faça..."; de "eu firo", faz-se "que eu fira..."; de "eu repilo" (argh!), faz-se "que eu repila..."; de "eu compito" (argh!), faz-se "que eu compita" etc.
A inusualidade de formas como "digiro" torna "estranha" a flexão "digira", do presente do subjuntivo, tempo por si só ausente do repertório de boa parte dos falantes. De fato, são muito comuns em determinados grupos sociais construções como "Quero que vocês almoçam lá" ou, já no imperativo (modo verbal derivado do presente do subjuntivo), "Almoçam aqui!". Nos dois casos, o falante simplifica empregando a forma do presente do indicativo. (...)'