4 de jun. de 2011

Sobre o livro “Por uma vida melhor”


Quando assisti à matéria do Jornal Nacional sobre o livro “Por uma vida melhor”, fiquei muito assustada. Pobres alunos! Como é que se pode aprender a língua portuguesa desse jeito? E por vários dias, ouvi opiniões indignadas a respeito da tal obra aprovada pelo MEC.

Até que alguém chegou pra mim e disse: “Mas você leu o livro?...” Não, caros leitores, eu não tinha lido e estava formando minha opinião sobre o todo baseada no conhecimento de uma parte.

Depois de ler o capítulo polêmico do livro, parei um pouco para refletir. Sugiro que façam o mesmo depois de ler este trecho:
Da mesma forma que uma criança aprende a falar observando os outros falarem, o aprendizado da língua escrita requer acesso a textos escritos, ou seja, aprendemos a ler lendo e a escrever escrevendo. A leitura e a escrita necessitam de prática. Por isso, mesmo que uma ou outra atividade de escrita lhe ofereça dificuldade, você deve se empenhar ao máximo para realizá-la. Procure reler e revisar o que foi escrito, e, quando necessário, passe o texto a limpo. No começo, você pode achar difícil, mas os resultados compensarão.
E este:
A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal. Assim, os aspectos que vamos estudar sobre a norma culta podem ser postos em prática tanto oralmente como por escrito.
Isso me pareceu bom. E pedagógico.

Por acaso, lembrei-me de um padre muito culto, cujos sermões não eram assimilados pela maioria das pessoas lá no interior de Minas. A linguagem rebuscada do vigário não era adequada para aquela ocasião, então, de que adiantava uma oratória tão primorosa se não conseguiam entendê-lo?

Voltando ao livro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista à rádio CBN, afirmou: “Estamos envoltos em uma falsa polêmica. Ninguém está propondo ensinar o errado.” Ele explicou que os livros enviados ao MEC são entregues para comissões avaliadoras, formadas por professores de universidades federais. Depois de aprovados, são apresentados em um guia às escolas que escolhem o material didático.

Caros leitores, todos sabemos da importância de estudar e aprender, afinal, o conhecimento abre caminhos para o nosso sucesso. E as escolas, é claro, continuarão empenhadas no ensino da língua culta, porque ela é fundamental para que as pessoas assumam sua plena cidadania.

Penso que houve um estardalhaço (desnecessário) em cima de uma questão mal compreendida. O que pude perceber é que o livro admite a existência de diferentes linguagens, uma mais formal e outra mais relaxada, dependendo da situação. O próprio jornalista Alexandre Garcia, quando condena o livro e diz que existe no Brasil uma “chancela para a ignorância”, inicia sua fala no Bom Dia Brasil desta forma: “Renata, quando eu tava no 1º ano do grupo escolar...” Ele pode?

Até a próxima!

2 comentários:

  1. Oi Lili!
    Que bom que você prefere ver o copo meio cheio, isso é muito positivo. E foi a positividade de sua lembrança e comentários que me despertaram e incentivaram. Respondi a esse incentivo em forma de postagem. Se puder, dê uma olhadinha!
    Um grande abraço.
    Margarete Barbosa

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  2. Olá, Margarete! Acabei de passar lá no seu blog e fico feliz que tenha retomado as postagens. Abraços para você e para o Ulisses! :-D

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