31 de dez. de 2009

Antônio, filho de Simeão



Se meu pai estivesse aqui, entre nós, teria completado 80 anos no último dia 16. Então, resolvi utilizar este espaço para homenageá-lo, contando um pouco da sua história. Mas não pensem que esta postagem, na véspera do Ano-Novo, será triste ou melancólica... De jeito nenhum! Não combinaria com a lembrança que tenho dele.

Antônio Simeão, como era conhecido, sempre foi sinônimo de alegria. De riso fácil, adorava pescar e contar histórias de pescarias, quase sempre aumentando o tamanho do peixe...

Impossível esquecer as muitas vezes em que a gente se sentava ao redor da mesa da cozinha lá de casa, no interior de Minas, ouvindo meu pai contar seus “causos” que arrancavam risos de toda a família. Programa melhor não tinha. Os temas variavam: iam desde lembranças da sua infância – travessuras, na maioria – até histórias de cobras enormes que apareciam lá na roça, ou de assombrações que ele garantia que fulano viu... Enquanto isso, minha mãe ajeitava a lenha no fogão para atiçar o fogo e manter a água quente na serpentina (para quem não conhece, serpentina é um sistema de tubos, instalado no fogão a lenha, para aquecer a água da torneira e do chuveiro). De vez em quando, meu pai exagerava nas histórias, inventava detalhes meio absurdos só para ilustrar e fazer graça. Nessas horas, minha mãe o repreendia com um “Antônio!!!” e todos, inclusive ele, caiam na gargalhada...

Era bonito ver a amizade dele com os irmãos. Quando nós, filhas, éramos ainda crianças e acontecia de alguma se "estranhar" com outra, ele fazia as briguentas se abraçarem (mesmo contra a nossa vontade) e dizia que a gente devia ter como exemplo a forma como ele e os seus irmãos conviviam.

Todos os dias, infalivelmente, ele visitava as “meninas” – era assim que se referia, carinhosamente, às suas irmãs Maria e Ana, que já passaram dos oitenta anos. Dizia para nós: “tenho que ir todo dia, não sei quanto tempo de vida elas ainda têm...” Não sabia ele que deixaria este mundo bem antes delas...

Lembro-me de que meu pai gostava de jogar Truco e ficou até bravo quando quiseram ensinar o jogo de Buraco pra ele. Disse que não queria aprender, não tinha paciência e que o jogo dava sono. Mas acabou sendo convencido (ou vencido) pelos amigos e tomou gosto pelo “carteado”, fazendo da reunião na casa dos parentes uma distração diária...

Orador nato, embora pouco soubesse além de fazer contas e assinar o próprio nome, meu pai nunca se amedrontou diante de uma plateia ou de um microfone. Pelo contrário, parecia gostar do desafio... Quando era necessário falar, lá estava ele, dando o recado como tinha de ser. Se lhe faltavam conhecimentos gramaticais – por não ter frequentado a escola – sabia compensar com clareza e expressividade.

Aprendi com meu pai a falar a verdade, ser íntegra, não fazer dívidas, não prometer o que não posso cumprir e, acima de tudo, a ver o lado bom da vida... Saudades? Tenho muitas! Alguns anos já se passaram desde que ele se foi, mas procuro me lembrar dos momentos bons que vivemos e de todas as risadas que demos juntos. Certamente meu pai foi um homem feliz!

Quando um ano termina, é comum a gente refletir sobre o que passou, lembrar de tudo que realizamos e do que ficou para depois, na eterna busca da felicidade... Mas isso pode não ser assim tão complicado. É como diz Mário Quintana "faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."

E felicidade é o que eu desejo para vocês, caros leitores!

Que venha 2010!

20 de dez. de 2009

Mais uma sobre o Hino Nacional

Outro dia, descobri que a introdução do Hino Nacional Brasileiro (aquela parte instrumental) já teve uma letra, que foi extinta da versão oficial e pouca gente conhece...

Resolvi, então, caros leitores, compartilhar um vídeo com vocês, que mostra o depoimento da senhora Ana Arcanjo sobre o assunto.



Abraços!

13 de dez. de 2009

A palavra é: ESBOÇO

Na terça-feira, dia 8, no segundo dia de uma conferência sobre mudança climática realizada em Copenhague, na Dinamarca, um jornal britânico publicou o esboço do que seria o documento final do evento, proposto pelo país-sede.

A palavra “esboço” é um substantivo masculino que tem origem no italiano 'sbozo'. Ela designa, no texto acima, o rudimento de algo, as primeiras ideias e noções preliminares.

Definição do “iDicionário Aulete”:(es.bo.ço) [ô] s.m.

1. Primeiros traços, primeiro delineamento que vai dar origem a um desenho ou obra de arte (esboço de quadro, de escultura).

2. Qualquer obra apresentada de forma breve ou em seus traços gerais ou iniciais: esboço de um filme/de um livro/de uma obra arquitetônica.

3. Primeiras ideias, noções preliminares, rudimento (de algo): Já pensava no esboço de seu projeto.

4. Ação apenas principiada, que não se completa (esboço de reação, de fuga).

5. Figura indistinta de algo ou alguém; VULTO.

6. Apresentação resumida, sintética de algo: Expôs à diretoria um esboço da situação da empresa.

[F.: Do it. sbozzo. Hom./Par.: esboço (s.m.), esboço (fl. de esboçar), esbouço (fl. de esbouçar).]

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

8 de dez. de 2009

Dica cultural



Caros leitores, aqui vai uma ótima dica: assistir ao “Conto Sete em Ponto”, no dia 10 de dezembro, às 19 horas, no Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade). Os convites são gratuitos.

O nome do espetáculo é “Onde brilha a estrela" e serão apresentados contos e cantos que resgatam a magia do Natal. Acessem http://www.aletria.com.br/noticias_abre.asp?id=1610 para mais informações.

Abraços!

6 de dez. de 2009

"Deu Zebra!"

A mãe de todas as zebras

Por Celso Unzelte, colunista do Yahoo! Esportes


Ela está até no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: zebra, em competições esportivas, significa “um resultado anormal, inesperado, contrário às expectativas”. Mas quem criou essa expressão e por quê? E qual teria sido a primeira de todas as zebras?

Tudo começou em 1964, ano em que o folclórico técnico Gentil Cardoso (1906-1970) treinava a pequena Portuguesa carioca. Gentil foi o autor de várias frases que entraram para a história do futebol brasileiro, como “Quem se desloca recebe e quem pede tem preferência”. E ainda do diálogo com um jogador em que dizia: “Fulano, de que é feita a bola? De couro. E de onde vem o couro? Da vaca. E a vaca come o quê? Grama. Então, meu filho, bota essa bola na grama, rasteirinha, rasteirinha...”

No dia 23 de julho de 1964, a pequena Portuguesa de Gentil Cardoso enfrentaria o poderoso Vasco, pelo Campeonato Carioca, no Estádio das Laranjeiras, campo do Fluminense. “Se meu time vencer hoje vai ser como dar zebra na cabeça no jogo do bicho”, comparou Gentil, sabendo muito bem que a zebra não existe no jogo do bicho. Como a Portuguesa carioca acabou ganhando do Vasco naquele dia por 2 a 1, a expressão ficou para sempre.

Com o advento da Loteria Esportiva, a partir de 1970, a expressão “zebra” ganhou força para designar qualquer resultado surpreendente que complicasse a vida das pessoas que sonhavam em fazer os treze pontos e ficar milionárias. A maior delas aconteceu em 1972. Uma vitória do Juventus sobre o Corinthians por 1 a 0, no jogo 2 do teste número 85, permitiu que Eduardo Varela, o Dudu da Loteca, ganhasse sozinho o prêmio de 11,6 milhões de cruzeiros.

Durante anos, o programa Fantástico, da Rede Globo, começava com os resultados dos treze jogos narrados por Léo Batista e o desenho da simpática Zebrinha, do cartunista gaúcho Borjalo, narrando: “Coluna um, coluna dois, coluna do meio...” E quando algum desses resultados era inesperado, era a vez da Zebrinha observar, toda contente: “Ih, deu eu, Zebraaaaaaaaa...”

Jornalista e pesquisador, Celso é professor de jornalismo e comentarista do canal ESPN Brasil, no qual participa do programa “Loucos por Futebol”. Também colabora com especiais para as revistas Placar e Quatro Rodas. Celso escreve semanalmente para o Yahoo! Esportes.

Fonte: www.yahoo.com.br

Caros leitores, muitas vezes, utilizamos expressões sem saber direito como surgiram. A gente ouve aqui, ali, e, sem perceber, já incorporamos ao nosso vocabulário. Mas esse "trem" é interessante demais! Vamos voltar ao assunto outro dia?...

Abraços!

29 de nov. de 2009

Série "Óia as placa!"


Até a próxima!

22 de nov. de 2009

Até tu, Google?

Outro dia, um amigo quis visitar meu blog e procurou o endereço pelo Google. Qual não foi sua surpresa ao descobrir que aquele site de busca também não aceita a grafia (correta) MUÇARELA...

Vejam só:



Pois é, caros leitores, a forma (incorreta) com "ss" é mesmo, de longe, a mais conhecida...

Abraços!

21 de nov. de 2009

A palavra é: CAPENGA

'Um dia após o apagão que atingiu parte do país, o senador José Agripino escreveu em seu blog que uma das possíveis causas do problema é a “estrutura capenga que o governo teima em ignorar”.

A palavra “capenga” é um adjetivo de dois gêneros que tem a sua origem controversa. Utilizada no sentido figurado, como no texto acima, ela designa o que é defeituoso ou incompleto.

Definição do “iDicionário Aulete”: (ca.pen.ga)

1. Bras. Que manca, puxa de uma perna; COXO

2. P.ext. Que está torto, bambo, sem apoio firme (mesa capenga)

3. Fig. Defeituoso, incompleto

4. Bras. Pessoa que puxa de uma perna; COXO'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

15 de nov. de 2009

Encarte do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

"Já está dito, e deve ser geralmente sabido, que, por motivos igualmente reconhecidos, raramente haverá trabalho literário que mais susceptível seja de correções e aditamentos do que o dicionário de uma língua."

Cândido de Figueiredo, 4a ed. de seu Novo Diccionário da Língua
Portuguesa. (Lisboa,1925)

Caros leitores, assim começa o encarte elaborado pela Academia Brasileira de Letras, no qual constam duas listas: uma corrige erros de revisão e a outra complementa informações do VOLP (5ª edição, 2009).

Para quem se interessar, a dica é acessar http://www.academia.org.br/ depois NOSSA LÍNGUA e, por último, Vocabulário Ortográfico.

Por enquanto, só o encarte está disponível no site. Ainda não foi liberado o acesso ao VOLP, na íntegra.

Abraços!

8 de nov. de 2009

Série "Óia as placa!"



Pode até parecer brincadeira, mas é comum encontrar essas "pérolas" por aí. De vez em quando, vou postar algumas para exemplificar o quanto as pessoas têm judiado da Língua Portuguesa.

Mas, reparem que o anunciante já está preocupado com as novas regras ortográficas, pois escreveu linguiça sem o trema (risos)... E se a linguiça for realmente boa, nem tudo está perdido.

Abraços!

1 de nov. de 2009

A nova ortografia nos jornais – acento diferencial



Na última postagem, caros leitores, falei sobre o sumiço do acento diferencial em várias palavras. Em algumas, penso que ele vai fazer falta... Como no caso de para (verbo) e para (preposição).

Agora, vejam, nesse exemplo, que o jornal escreveu da forma correta, mas concordam que ficou meio esquisito? Não seria melhor "interrompe evento"? Lembrem-se do quanto a nossa Língua é rica de sinônimos...

A minha sugestão é: façam da leitura um hábito (isso enriquece o vocabulário) e não hesitem em consultar um dicionário sempre que precisarem.

Abraços!

27 de out. de 2009

De bem com a nova ortografia – acento diferencial



Prezados leitores, hoje tem mais novidade do acordo ortográfico: os acentos diferenciais desaparecem. Mas, não totalmente... Vou explicar.

Primeiro, vejam exemplos das mudanças:
  1. Pára (verbo) – Ex: Márcia, para de gritar!
  2. Pêlo (substantivo) – Ex: Não procure pelo em ovo.
  3. Pêra (substantivo) – Ex: Agora é época de peras.
  4. Pólo (substantivo) – Ex: Eles são “polos opostos”.
Porém...

Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é o passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo) na 3ª pessoa do singular. Pode é o presente do indicativo na 3ª pessoa do singular. Um bom exemplo: Ontem, ele não pôde viajar, mas hoje ele pode.

O acento também continua em pôr (verbo), diferente de por (preposição). Exemplo: Vou pôr o tempero na comida feita por mim.

Devemos, ainda, manter o acento para distinguir o singular do plural dos verbos ter e vir, além de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.). Seguem alguns exemplos:
  1. Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
  2. Ele vem de São Paulo. / Eles vêm de São Paulo.
  3. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Para finalizar, é facultativo o uso do “chapeuzinho” para diferenciar forma e fôrma. Mas, em alguns casos, ele confere mais clareza à frase. Por exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Por enquanto, é só!

24 de out. de 2009

Frota de caças

De vez em quando, recebo sugestões de postagens para o blog. Então, aqui vai uma sobre substantivos coletivos, sugerida pelo Philipe depois de ler uma matéria publicada na FOLHA DE S. PAULO com o título:

"FAB cria frota de caças para reforçar defesa da Amazônia"

O substantivo coletivo, todos se lembram, é aquele que indica diversos elementos de uma mesma espécie. Mas, nós não aprendemos na escola que o coletivo de elefante é manada, o de alho é réstia e o de avião é esquadrilha? Que história é essa de frota?

Após uma breve pesquisa, a explicação:

Coletivo de avião = esquadrão, esquadrilha, flotilha

E o substantivo "frota" pode designar: navios, aviões ou veículos em geral (ônibus, táxis, caminhões, etc.).



É isso!

21 de out. de 2009

A palavra é: BALELA

Caríssimos, na postagem do último dia 16, consta que o professor Evanildo Bechara chamou de “balela” as críticas ao acordo ortográfico.

‘A palavra “balela” é um substantivo feminino que, possivelmente, tem sua origem na junção de “bala” com o sufixo “-ela”. O termo designa uma mentira, um boato; uma notícia, declaração ou afirmação falsa.

Definição do “iDicionário Aulete”: (ba.le.la) sf.

1. Pop. Afirmação, declaração ou notícia falsa; dito sem fundamento; BOATO; MENTIRA
[F.: Posv. de bala + -ela]’

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

19 de out. de 2009

"La Negra"

A postagem de hoje não é sobre a língua portuguesa. Quero homenagear aqui uma mulher extraordinária, que soube quebrar as barreiras do idioma e nos encantar com sua música e talento singulares. Essa mulher faleceu no dia 4 de outubro, aos 74 anos de idade, e se chamava Mercedes Sosa.

Mercedes nasceu no noroeste da Argentina e sempre foi uma defensora da integração dos povos da América Latina. Era ativista do “peronismo de esquerda” e acabou sendo presa durante um concerto em La Plata no ano de 1979. Banida no seu país, ela resolveu se refugiar em Paris e em Madri.

Só voltou à Argentina em 1982, pouco antes do colapso do regime ditatorial após a fracassada Guerra das Malvinas, e fez vários shows em Buenos Aires. Em seguida, gravou duetos e fez turnês pela Argentina e no exterior.

Apelidada de “La Negra” por causa da ascendência ameríndia, ficou conhecida como a voz dos "sem voz".

Aumentem o som, caros leitores, e assistam ao vídeo a seguir. Será difícil não se emocionarem com a beleza das vozes de Mercedes Sosa e Milton Nascimento, cantando juntos... Preciso dizer mais?



Abraços!

16 de out. de 2009

Bechara defende o Vocabulário Ortográfico

Caros leitores, parece que as pessoas não estão muito receptivas à nova ortografia, o que é bastante compreensível... Afinal, vamos ter que reaprender a escrever muita coisa. “Reaprender”, no entanto, é uma palavra que continuará a ser escrita assim mesmo, tudo junto (conferi no VOLP).

Leiam, agora, uma matéria publicada na Folha de S. Paulo, com a opinião do único representante da Academia Brasileira de Letras no recente Acordo Ortográfico.
'O linguista e acadêmico brasileiro Evanildo Bechara, responsável na Academia Brasileira de Letras pelas novas regras, qualificou as críticas de "balela" e disse que hoje "é moda falar mal do acordo". Afirmou à Folha que as manifestações são "coisa de quem quer ter os seus cinco minutos de fama" e que "está convicto do sucesso da reforma".

Bechara não aceita as críticas contra a edição de um Vocabulário Ortográfico pela ABL, sem a participação dos outros países lusófonos. "Quem diz isso não leu o artigo 2º [do acordo de 1990]. O que se fala sobre isso é uma mentira, as pessoas usam esse artifício para fazer críticas ao acordo. A decisão da ABL de publicar o "Volp" está de acordo com a reforma, isso é um jogo baixo."

O artigo diz que "os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração (...) de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas".

Segundo Bechara, a edição brasileira não "atropela" a publicação comum e faz somente a normatização de "terminologias científicas e técnicas, como a geográfica", sem interferir nas normas do acordo. "Isso [o movimento contrário em Portugal] não vai dar em nada. Esse acordo é entre governos, nasceu das academias."

Para Bechara, "essa mania portuguesa de subscrever documento e memorial sobre ato do governo a respeito da ortografia é coisa antiga". Ele cita polêmicas que aconteceram desde a reforma de 1911, "um testemunho centenário".

O linguista português António Feliciano critica a supressão das chamadas consoantes mudas ("c" e "p" em posição final de sílaba gráfica). Para o português, "esta injustificada supressão tem consequências desastrosas para a norma europeia. Destrói dígrafos (grafias compostas por duas letras) como "ac" ou "ec" em centenas de palavras e aumenta exponencialmente o número de palavras graficamente irregulares".

Bechara rebate a crítica. "Em todas as reformas há os que concordam, os indiferentes e os inimigos. Eu prefiro a audácia dos portugueses do século 16 aos de hoje que estão atrás de uma consoante que não se pronuncia e não tem valor linguístico.'
Fonte: jornal Folha de S. Paulo - 6/8/2009

Abraços!

12 de out. de 2009

Errando e aprendendo...

Recentemente, aconteceu um episódio envolvendo a Sasha, filha da Xuxa, que acabou gerando muitos comentários no twitter. Ao falar sobre um filme que estão gravando, a garota disse que teria de fazer uma “sena com a cobra” e errou ao escrever a palavra com “s”. É claro que houve muitas críticas ao fato. Xuxa se irritou com os comentários e não quis deixar barato: explicou que Sasha havia sido alfabetizada em inglês e, por isso, se confundiu. E não parou por aí... Disse que eles (os leitores) não mereciam falar com ela e nem com a filha, dando a entender que sairia do twitter. Apelou mesmo! Um fã soube do ocorrido e resolveu gravar o vídeo "Mexeu com a Xuxa, mexeu comigo!" em defesa da "rainha dos baixinhos"... Depois disso, outros vídeos pipocaram na internet, mas, dessa vez, não tinham a intenção de defender a apresentadora, mas de zombar da atitude apaixonada do rapaz. E pensar que tudo isso começou por causa de um pequeno erro ortográfico...

Na semana passada, também no twitter, a ex-BBB Milena Fagundes corrigiu William Bonner, editor-chefe e apresentador do "Jornal Nacional”, que escreveu a palavra ia com acento agudo na letra “i”. Bonner, bem-humorado, admitiu o erro e disse que era "velho e analfa". E para encerrar o episódio de forma criativa e inteligente, fez uma piada imitando “Seu Creysson”, personagem do "Casseta e Planeta": "Seu dotô, num cei ukideu nimim. Iscrivinhei ia com assentchu. É gráviu?"

Caros leitores, viram como duas histórias semelhantes podem ter desfechos diferentes? É claro que devemos ter cuidado na hora de escrever. E não esquecer de fazer a revisão do texto. Já disse aqui e repito: isso é controle de qualidade.

Mas não vamos deixar que o medo de errar nos tire o prazer de escrever. Afinal, a imperfeição faz parte da natureza humana. Quem é que nunca errou? Nessas horas, ter jogo de cintura e uma boa dose de humor ajuda e muito. Pode até evitar que uma falha boba e irrelevante tenha uma dimensão desnecessária, como no caso da filha da Xuxa.

Parabéns ao William Bonner que soube sair muito bem de uma “saia justa” sem perder a classe...

Abraços!

10 de out. de 2009

A palavra é: VAZAR

'Na última semana, o Ministério da Educação decidiu suspender o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, depois que parte do conteúdo das provas vazou para o jornal “O Estado de São Paulo”, que logo notificou o Ministério do ocorrido.

A palavra “vazar” é um verbo que se originou da alteração da palavra “vaziar”. No texto acima, o verbete designa a ação de deixar ao conhecimento de outrem, ou da imprensa, algum segredo ou informação sigilosa.

Definição do “iDicionário Aulete”: (va.zar) v

1. Deixar sair aos poucos (esp. líquido) [ td. : A caixa estava vazando água ] [ int. : A caixa d'água começou a vazar. ]
2. Fig. Deixar passar um sentimento, uma mágoa, etc. [ int. : Deixou vazar seus sentimentos mais íntimos ] [ td. : Vazava seus sentimentos em linguagem objetiva ]
3. Baixar a carga [ int. : O navio começou a vazar cedo ]
4. Diminuir a quantidade de (líquido); refluir [ int. : A maré começava a vazar. ]
5. Desaguar [ tda. : O rio vaza suas águas no Atlântico ]
6. Deixar escapar (líquido) aos poucos até esvaziar (-se) [td.: O carro vazou todo o óleo.] [ int. : O tanque de gasolina vazou. ]
7. Movimentar (-se) para o lado de fora; sair [ int. : O público vazava pela saída de emergência: O gás vazou (-se) todo pelo orifício ]
8. Bras. Pop. Ir (-se) embora [ int. : Vou vazar. ]
9. Abrir cavidade, buraco, furo em [ td. : vazar um muro ] [ tda. : Vazou uma passagem na muralha ]
10. Enfiar, enterrar [ tda. : Vazou a faca na carne assada ]
11. Arrebentar, danificar (um olho) [ td. : Na capotagem do carro, vazou o olho direito ]
12. Transpor, superar [ td. : Vazou os dez quilômetros com facilidade ]
13. Deixar chegar (segredo, informação sigilosa) ao conhecimento de outrem ou do público [ tr. + para : O segredo vazou para a imprensa ] [ int. : Essa informação já vazou. ] [ td. : O serviço secreto acabou vazando informações importantes ]
14. Art.gr. Em diagramação, sobrepor elemento gráfico em área impressa maior [ tdr. + em : Vazou a ilustração em fundo vermelho ]
15. Fut. Fazer gol em [ td. : Vazou duas vezes o gol do Palmeiras ]
16. Verter (metal fundido em molde) [ td. ]
[F.: Alter. de vaziar. Hom./Par.: vaza(s) (fl.), vaza(s) (sf.[pl.]), vasa(s) (sf.[pl.]); vazo (fl.), vaso (sm.)]'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)


Até a próxima!

4 de out. de 2009

Germes verbais

É hora de desinfetar o mundo corporativo dos germes verbais

'A higiene no trabalho está na moda. Nos banheiros dos escritórios, marmanjos estão sendo ensinados a lavar as mãos na esperança de impedir a proliferação da gripe suína. Primeiro, você molha suas mãos, diz o aviso. Depois, aplica o sabonete e as esfrega por 15 a 40 segundos (diversas empresas estão exigindo que os funcionários façam isso por períodos de tempo diferentes) e, finalmente, você as enxuga com uma toalha de papel.

Mas, agora, as empresas estão sendo também conclamadas a se manterem metaforicamente limpas. A consultoria Arthur D. Little passa grande parte da edição mais recente de seu jornal convocando as empresas a serem "higiênicas" e mais meticulosas em relação aos níveis de seu capital de giro e métodos de compras. A boa higiene, diz a publicação, é o que separa os vencedores dos perdedores a esta altura do ciclo.

Não estou entusiasmada com essa nova metáfora, em parte porque sou uma britânica negligente. No meu livro, a limpeza não se aproxima de algo celeste. Ela está mais perto da monotonia. Até certo ponto, é necessária, mas é uma coisa bem maçante, não sendo nada que mereça um lugar na literatura administrativa.

Entretanto, ao retornar ao trabalho depois de uma longa pausa de verão, constato que higiene é justamente o que precisamos. Com as mãos ainda com vestígios do solo da Cornualha, peguei uma prova de "Top Talent", o novo livro sobre negócios de Sylvia Ann Hewlett. Ela ficou famosa há sete anos com um livro que dizia que a vida no trabalho é um pesadelo completo para as mulheres bem sucedidas. Agora, ela está dizendo que em uma recessão a coisa é ainda pior: as pessoas bem sucedidas de ambos os sexos estão ficando totalmente exasperadas.

Não foi lá muito animador ler isso depois de umas férias. Nem interessante. A própria frase "top talent" deve ser vista como um sinal de alerta de que o que vem pela frente não é algo muito bom. Top talent é o oposto do quê? Bottom talent?

Além de chamar bons empregados de "top talent", Silvya Ann Hewlett usa um número impressionante de outros sinônimos. "Funcionários do alto escalão", "talento de grande potencial", "capacidade intelectual de alta octanagem" e até mesmo "a força delta do local de trabalho."

Enquanto analisava esses termos, tive uma epifania. O que se exige é uma grande limpeza, mas o que é preciso ser lavado de nossas mãos não é o vírus H1N1, ou o excesso de capital de giro dos nossos balanços. São esses germes verbais que precisam descer pelo ralo da pia, com muita água sanitária sendo despejada em seguida para evitar uma nova infecção. Eu tinha esperanças de que a recessão iria acabar com a epidemia mundial de "gripe da besteira". Em vez disso, ela continua infectando um número crescente da população empresarial, interferindo no funcionamento do cérebro e às vezes deixando o paciente incapaz de se comunicar.

O livro de Hewlett está cheio de sinais de infecção. Ela fala em "maximizar os pontos de toque". Com isso, ela quer dizer "falar mais uns com os outros". De uma maneira ainda mais preocupante ela escreve: "Talento é um dom que continua sendo uma dádiva", o que não significa nada.

Todo mundo que trabalha em uma empresa ainda corre um risco grande de ser infectado pela "gripe da besteira" e, tragicamente, uma vez que o indivíduo é contaminado, não consegue mais reconhecer a doença nos outros...'

Fonte: Valor Econômico

Aposto que vocês, caros leitores, já se depararam com muitos "germes verbais" por aí. Posso citar alguns: a nível de, quebrar paradigmas, no sentido de, stand-by, brainstorm, upgrade, marketshare, entre outros. E o gerundismo, quem aguenta? Isso tudo sem falar que despesa agora é "investimento" e empregado virou "colaborador"...

Abraços!

3 de out. de 2009

A palavra é: BULLYING

'Recentemente, no interior de São Paulo, um garoto gago de 9 anos foi alvo, na saída da escola, de socos e pontapés na cabeça e nas costas, desferidos por pelo menos cinco meninos, todos com menos de 12 anos. Segundo a delegada responsável pela apuração dos fatos, o menor vinha constantemente sendo vítima de bullying pelos colegas de escola, por conta de seu problema de fala.

A palavra “bullying” é um termo emprestado da língua inglesa e designa a agressão intencional e repetida que se pratica sem motivo aparente, com o uso de força ou de poder, para intimidar alguém. É uma prática comum em ambiente escolar e se caracteriza por ações discriminatórias.

Definição do “iDicionário Aulete”: (ing. /búlin/) sm

1. Pedag. Psi. Termo que compreende toda forma de agressão, intencional e repetida, sem motivo aparente, em que se faz uso do poder ou força para intimidar ou perseguir alguém, que pode ficar traumatizado, com baixa autoestima ou problemas de relacionamento. [ A prática de bullying é comum em ambiente escolar, entre alunos, e caracteriza-se por atitudes discriminatórias, uso de apelidos pejorativos, agressões físicas, etc. ]'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Caros leitores, sinceramente, fico chocada em saber que absurdos assim acontecem...

Até a próxima!

27 de set. de 2009

Hino Nacional agora é obrigatório

Outro dia, falei aqui sobre o Hino Nacional Brasileiro e de como as pessoas acham difícil compreender sua letra, além de se enrolarem bastante na hora de cantá-lo. Mas, a recente mudança na lei nº 5.700 (de 1971) poderá contribuir para melhorar esse quadro: a partir de agora, o Hino deverá ser executado pelo menos uma vez por semana nas instituições públicas e privadas de ensino fundamental.

A proposta é de autoria do deputado federal Lincon Portela (PR-MG) e já foi sancionada. Para ele, a lei visa “estimular a noção de patriotismo e civismo entre jovens.”

Algumas escolas já adotam essa prática há muitos anos. Os professores acreditam que isso até auxilia no aprendizado dos alunos de maneira geral, pois eles ficam mais disciplinados.

Seria importante também que os professores “traduzissem” antes para as crianças (se já não o fazem) a letra do Hino, trocando em miúdos mesmo. Entender o que se diz é bem melhor do que ficar apenas repetindo palavras rimadas, sem saber o seu significado...

De acordo com a diretora de escola Maria de Lourdes Rodrigues, “o ato de executar o Hino Nacional, além de hastear a bandeira do Brasil, promove nos alunos uma conscientização sobre os deveres do cidadão perante a pátria.”

Então, que o Hino Nacional seja bem-vindo!

Fonte: jornal O TEMPO – 23/9/2009

20 de set. de 2009

Sobre a pontuação



'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro os concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.'

Caros leitores, vejam a confusão que pode ocorrer por causa da pontuação, ou pela falta dela, no caso.

Quando escreverem um texto, leiam (se possível em voz alta) como se nada soubessem do assunto, para ver se ficou bem claro. Às vezes, uma pontuação incorreta pode mudar todo o sentido do que se quer dizer.

E quanto àquela história (que nos ensinaram na infância) de que colocamos vírgula na hora de respirar, esqueçam! Não é bem assim que a coisa funciona.

Mas a vírgula é assunto para a gente falar em outro dia...

Abraços!

13 de set. de 2009

Dica cultural



A dica da semana é o evento Terças Poéticas, no Palácio das Artes, com o lançamento do livro Escrituras Bordadas, de Flávia Craveiro.

A história contada no livro começou no ano de 1995, quando um grupo de mulheres, simples e batalhadoras, resolveu iniciar um movimento com o objetivo de conseguir sua própria moradia. O assunto ganhou até destaque na mídia.

Um dos cenários desse episódio foi a conhecida Igreja São José, no centro de Belo Horizonte, em cujos jardins ficaram acampadas mais de 300 famílias em barracas de lona.

Instaladas tempos depois em Vila Mariquinhas, onde moram até hoje, essas mulheres resolveram retratar, por meio do bordado, sua trajetória de luta, de sofrimento, a amizade construída nessa época e os desafios enfrentados até a realização do sonho da casa própria.

Então, caros leitores, anotem aí:

Terças Poéticas - Poetas Flávia Craveiro e Vera Casa Nova e as Bordadeiras da Vila Mariquinhas
Local: jardins internos do Palácio das Artes
Data: 15 de setembro – terça-feira
Horário: 18h30
Entrada franca
Classificação etária: livre
Informações: (31)3236-7400

Abraços!

A palavra é: GAMBIARRA

'Ano passado, no Distrito Federal, mãe e filho morreram eletrocutados quando o menino, de 2 anos, tocou em um varal próximo a uma gambiarra ligada à corrente elétrica. Ao tentar salvar o filho, a mãe de 33 anos também foi vitimada.

A palavra “gambiarra” tem sua etimologia obscura e, no texto acima, designa uma extensão irregular para levar eletricidade a determinado ponto. O termo também pode designar uma solução improvisada com o objetivo de resolver um problema, na maioria das vezes num ambiente doméstico.

Definição do “iDicionário Aulete”: (gam.bi.ar.ra) s.f.

1. Extensão de fio elétrico, com um ou mais bocais de lâmpada: Uma gambiarra iluminava o jardim.
2. Bras. Pop. Extensão ilegal para levar eletricidade a algum ponto ou remediar improvisadamente uma passagem de corrente elétrica; GATO
3. Pop. P.ext. Qualquer solução improvisada para resolver um problema, ger. do ambiente doméstico.
4. Teat. Fileira de refletores suspensa acima do palco.
[F.: obsc.]'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Mas, às vezes, caro leitor, a gambiarra é tão inusitada que nos chama a atenção... Como esta, por exemplo:



Até a próxima!

8 de set. de 2009

Ouviram do Ipiranga...

Ainda no clima do "7 de setembro", pergunto a vocês, caros leitores: alguém aí se lembra do Hino da Independência do Brasil? A letra foi composta por Evaristo da Veiga e a música é do próprio Dom Pedro I. Vou ajudá-los... Começa assim: Já podeis da Pátria filhos/Ver contente a Mãe gentil/Já raiou a Liberdade/No Horizonte do Brasil...

Dizem que o Hino da Independência foi adotado como Hino Nacional, mas quando Dom Pedro começou a perder popularidade, essa composição, muito associada à sua figura, passou a ser também desprestigiada e acabou sendo substituída pela melodia atual do Hino.

Nos últimos dias, um episódio envolvendo o Hino Nacional mereceu muitos comentários: na abertura de um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo, a cantora Vanusa foi convidada para entoar o Hino, mas acabou desentoando... Uma cena lamentável!

Mas eu não estou aqui hoje para falar da Vanusa. O destaque é para o Hino Nacional Brasileiro, que completou cem anos. Apesar dessa longa e respeitável trajetória, ainda não é fácil para o povo entender o seu significado. Isso porque o autor Osório Duque Estrada utilizou um vocabulário mais elaborado, que não faz parte da nossa linguagem habitual. Frases como "O lábaro que ostentas estrelado..." soam meio misteriosas nos ouvidos das pessoas.

E como se não bastasse, “O poeta preferiu usar e abusar das inversões e o brasileiro não gosta muito da inversão da frase. Elaborar naquele tempo era uma técnica que era louvada”, diz o escritor Domício Proença Filho.

Vejam como ficaria parte do Hino, de acordo com o professor de português Sérgio Nogueira, caso tivesse sido escrito na ordem direta e com palavras mais simples:
As margens calmas do Ipiranga ouviram o grito que ecoou forte de um povo heroico. Nesse instante, o sol da liberdade brilhou no céu da pátria com os raios luminosos. Se conseguimos conquistar com força a garantia da igualdade, nosso peito, que somos nós próprios, com liberdade desafiamos até a morte...

Os brasileiros, muitos deles, além de não assimilarem bem o significado da letra do Hino Nacional, pioram bastante a situação na hora de cantá-lo. Assistam ao vídeo a seguir e percebam como a coisa é, ao mesmo tempo, cômica e trágica...




Fontes: Wikipédia e Portal G1

Abraços!

30 de ago. de 2009

De bem com a nova ortografia – acento agudo

Caros leitores, aqui vai mais uma novidade sobre o acento agudo: as palavras paroxítonas (aquelas cuja penúltima sílaba é pronunciada com mais ênfase, lembram?) com I ou U tônicos precedidos por ditongo também ficam sem acento.

Acho melhor citar um exemplo para clarear a situação...


Mas as palavras oxítonas continuam acentuadas, como Piauí, por exemplo.

Até a próxima!

26 de ago. de 2009

A palavra é: FIDEDIGNO



'Ao comentar o lançamento de um documentário sobre a trajetória do grupo humorístico inglês Monty Python, um dos integrantes da trupe disse: "Este é um documentário pelo qual sempre esperei - algo tão completo e fidedigno que eu não preciso sequer assistir."
O termo “fidedigno” é um adjetivo e tem sua origem numa locução latina, “fide dignus”, que significa “digno de fé”, e é usado para se referir a algo que é a expressão da verdade, e por isso nele se pode confiar.

Definição do “iDicionário Aulete”: (fi.de.dig.no) adjetivo.

1. Que é merecedor de confiança, de crédito, de fé; AUTÊNTICO; VERDADEIRO; REAL: Fez uma fidedigna exposição dos problemas da firma. [ antôn.: Antôn.: falso. ]
2. P.ext. Fig. Que expressa ou representa a realidade de algo, que não é fraudado ou simulado (retrato fidedigno); AUTÊNTICO.'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

23 de ago. de 2009

Comigo-ninguém-pode mesmo!



A origem do nome dado à planta que combate o mau-olhado
Marcio Cotrim

'A planta de nome científico Dieffeembachia amoena é popularmente conhecida pela curiosa alcunha de "comigo-ninguém-pode". Cercada de superstições, é indicada para quem quer afastar mau-olhado, pois, dizem os leigos, absorve energias negativas das pessoas mal-intencionadas. A explicação, porém, é científica.
Com o auxílio de um microscópio, nota-se perfeitamente a presença de pequenos cristais dentro das células das folhas dessa planta. Se ingeridos, instalam-se na traqueia e criam um edema que pode levar à morte.
Deve ser cultivada à meia-sombra e fica muito bem em vasos ornamentais, onde se destacam suas folhas grandes e brilhantes, com manchas rajadas brancas ou amarelas. Se bem adaptada, produz flores discretas no verão.
A Dieffenbachia picta Schott é uma planta ornamental tóxica, pertencente à flora amazônica, responsável por casos graves de intoxicação, principalmente em crianças.'

Fonte: Revista Língua

Abraços!

21 de ago. de 2009

A palavra é: ORTOGRAFIA

'No dia 1º de janeiro entraram em vigor as novas regras da ortografia da língua portuguesa. Com o objetivo de unificar a ortografia nos países falantes do idioma, o chamado “Acordo Ortográfico” implementa inúmeras mudanças como, entre várias outras, o fim do trema em vocábulos que não sejam estrangeiros ou derivados de estrangeiros, e a reincorporação das letras K, W e Y no alfabeto oficial.

A palavra “ortografia” é um substantivo feminino que teve a sua origem no termo latino 'ortographia', por sua vez formado pelos elementos orto- ('reto', 'direito', correto) e -grafia ('escrita'), e, no texto acima, designa as regras para a escrita correta das palavras, o estudo dessas regras e a representação das palavras por meio das letras e sinais gráficos.

Definição do "iDicionário Aulete": (or.to.gra.fi.a) substantivo feminino.

1. Gram. Conjunto de regras, na gramática de uma língua, destinadas a orientar a maneira correta de escrever as palavras e de usar os sinais de acentuação e pontuação. [ antôn.: Antôn.: cacografia ]
2. O estudo dessas regras.
3. Representação das palavras por meio da escrita; GRAFIA
4. Geom. Representação de uma figura ou sólido por meio de projeções ortogonais.
[F.: Do lat. orthographia, ae; ver ort(o)- e - grafia.]'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Até a próxima!

16 de ago. de 2009

De bem com a nova ortografia - acento agudo



Mais uma regrinha nova: o acento agudo para marcar o U tônico nas sílabas QUE, QUI, GUE e GUI dos verbos deixa de existir.

Exemplos:

- Apazigúe vira apazigue
- Argúi vira argui

Mas o acento permanece quando a vogal pronunciada com maior intensidade é o I.

Exemplos:

- Apazígue, oblíque

E lembrem-se: com as mudanças ortográficas, a escrita fica diferente, mas a pronúncia é a mesma.

Abraços!

9 de ago. de 2009

Bate-boca de alto nível

Caros leitores, a respeito da discussão do ex-presidente Collor com o senador Pedro Simon, na semana passada, diz o professor Pasquale Cipro Neto:
'O BATE-BOCA no Senado continua! E de alto, altíssimo nível! Até formas inusuais do presente do subjuntivo de verbos irregulares e barrocas construções pleonásticas foram usadas na última segunda-feira por membros da tropa de choque de José Sarney.

A "aula" foi dada pelo ex-presidente Fernando A. C. de Mello (PTB-AL), que, arfante, com olhar aquilino, disse o seguinte ao senador Pedro Simon (PMDB-RS): "São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente". Depois, Simon disse que sentiu medo do olhar de Mello e que lhe vieram à lembrança certos fatos de um outro Mello, o Mello pai, que, em 1963, em pleno plenário do Senado e no melhor estilo jagunço...

Pois bem. Como se explica a forma verbal "digira" de "...quero que o senhor as engula e as digira"? Trata-se de flexão do verbo "digerir", cujo presente do indicativo começa com "eu digiro, tu digeres, ele digere...".

Como se vê, na primeira pessoa do singular ocorre a terminação "-iro", presente em todos os verbos terminados em "-erir" (preferir, ferir, gerir, proferir, deferir, diferir, aderir, conferir, referir, interferir etc.): eu prefiro, firo, giro, profiro, defiro, difiro, adiro, confiro, refiro, interfiro.

Como o leitor deve saber, o presente do subjuntivo se baseia integralmente na primeira pessoa do singular do presente do indicativo: de "eu ouço", faz-se "que eu ouça, que tu ouças, que ele ouça, que nós ouçamos..."; de "eu faço", faz-se "que eu faça..."; de "eu firo", faz-se "que eu fira..."; de "eu repilo" (argh!), faz-se "que eu repila..."; de "eu compito" (argh!), faz-se "que eu compita" etc.

A inusualidade de formas como "digiro" torna "estranha" a flexão "digira", do presente do subjuntivo, tempo por si só ausente do repertório de boa parte dos falantes. De fato, são muito comuns em determinados grupos sociais construções como "Quero que vocês almoçam lá" ou, já no imperativo (modo verbal derivado do presente do subjuntivo), "Almoçam aqui!". Nos dois casos, o falante simplifica empregando a forma do presente do indicativo. (...)'
Fonte: jornal Folha de S. Paulo - 6/8/2009

Para que não haja dúvida, aqui vai uma informação: o "olhar aquilino" citado pelo professor Pasquale, no segundo parágrafo, significa "olhar penetrante como os olhos da águia" (assim ensina o nosso bom Aurélio). Gostei! É mais uma palavra interessante para enriquecer o nosso vocabulário...

Até a próxima!

4 de ago. de 2009

A palavra é: CARRASCO



'Em nota publicada no início de agosto em seu portal na internet, logo após sua demissão pela escuderia em que corria na Fórmula 1, o piloto Nélson Ângelo Piquet escreveu, referindo-se a seu chefe na equipe: “Um manager deve encorajar, apoiar e fornecer oportunidades. No meu caso foi o contrário, Flávio Briatore foi o meu carrasco."

A palavra “carrasco” é um substantivo masculino que, no texto acima, foi utilizada no sentido figurado, para designar uma pessoa malvada, cruel. A origem do termo vem do nome de Belchior Nunes Carrasco, que teria desempenhado a função de executor de penas de morte em Lisboa por volta do século XV.

Definição do “iDicionário Aulete”: substantivo masculino

1. Aquele que executa a pena de morte; ALGOZ; VERDUGO

2. Fig. Indivíduo cruel e desumano: "(...) o pai desnaturado, carrasco da família antes de sê-lo da sociedade e de si próprio." (Franklin Távora, O cabeleira)

3. Pop. Aquele que é dado a disciplinar, a impor regras e condutas, e a punir a indisciplina de forma enérgica, tirânica e rude

[Formação: Do antr. (Belchior Nunes) Carrasco, algoz que teria vivido em Lisboa por volta do séc. XV.]'

Fonte: www.aulete.com.br (Palavra do dia)

Abraços!

2 de ago. de 2009

De bem com a nova ortografia - acento agudo

Mais exemplos sobre o acento agudo...



Abraços!

27 de jul. de 2009

Dica cultural

Caros leitores, a dica é assistir ao "Conto Sete em Ponto", no teatro da Biblioteca Estadual, na Praça da Liberdade. Para quem gosta de ouvir histórias contadas de um jeito interessante e divertido, o programa é uma sugestão e tanto! E é gratuito! Basta buscar os convites antecipadamente. Anotem na agenda: dia 30 de julho, às 19 horas.

Para saber mais sobre o projeto, acessem o site do Instituto Cultural Aletria: www.aletria.com.br

Até lá!

17 de jul. de 2009

“Não” e “nenhum” podem andar juntos?

Dica da professora Dad Squarisi

"Os inimigos da duplinha apresentam suas razões. Dizem que as duas negativas são redundância. Com agravante: junto, o casal deixa de ser negação. Vira afirmação. Falsa verdade. O parzinho é filho legítimo da linguinha nossa de todos os dias. Um dos empregos do nenhum exige a companhia da negativa anterior.

Veja: Não há nenhum projeto concluído na área social. Não houve nenhum atentado durante a semana santa. Não vi filme nenhum. Fez as gravações sem que nenhum entrevistado o tenha visto.

Quem não gosta da estrutura casada tem saídas. Uma delas: trocar o nenhum pelo algum. Aí, se livra das duas negativas.

Assim: Não existe projeto algum concluído na área social. Não houve atentado algum durante a semana santa. Não vi filme algum. Fez as gravações sem que entrevistado algum o tenha visto.

Conclusão: a língua é um conjunto de possibilidades. A gente pode nadar de braçadas. Basta uma dose de coragem. E ousadia".

Abraços!

21 de jun. de 2009

"Juventude acumulada"

Caros leitores, como já disse, meu blog é dedicado à língua portuguesa. Mas, nada impede que, de vez em quando, eu compartilhe outros assuntos interessantes...

Hoje, vou presenteá-los com a entrevista de uma pessoa especial, dessas que a gente vê e fica fã logo de cara: D. Neuza – 79 anos de muita sabedoria e vitalidade. Ela tem até blog: http://vovoneuza.blogspot.com/

Antenada com os tempos modernos, "Vovó Neuza" trocou o colar de pérolas (preferido entre as "senhoras"), por um pendrive na correntinha...



Até a próxima!

14 de jun. de 2009

A nova ortografia nos jornais – acento circunflexo

Vejam exemplos de jornais que já estão praticando a nova ortografia:


O primeiro o do hiato oo perdeu o acento circunflexo



As formas verbais terminadas com eem também ficaram sem o chapeuzinho

Abraços!

4 de jun. de 2009

De bem com a nova ortografia – acento agudo



Caro leitor, a ideia é não ficar com paranoia quando for acentuar as palavras. Observe: os ditongos abertos “ei” e “oi” das paroxítonas ficaram sem o acento agudo.

Quer mais exemplos? A assembléia passou a ser assembleia, o heróico agora é heroico e a jibóia virou jiboia.

Só para recordar, ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. E paroxítona é a palavra cuja penúltima sílaba é tônica.

E por hoje é só!

31 de mai. de 2009

Agora sim, a muçarela!

Leitores, outro dia, no Jornal da Alterosa, apareceu na legenda de uma reportagem o nome do queijo, "aquele", escrito assim: MUÇARELA.

Fiquei feliz, gente! Escreveram direitinho a palavra, em vez de utilizar a dupla SS, bem mais conhecida de todos...

Parabéns ao Jornal da Alterosa!

Segue o vídeo:



Abraços!

24 de mai. de 2009

O que é tautologia?

O dicionário define assim:

Vício de linguagem que consiste em repetir o mesmo pensamento com palavras sinônimas.

Caros leitores, tanto na linguagem escrita quanto na falada, devemos evitar o uso de termos inúteis e dispensáveis. Mas fiquem atentos: a redundância nem sempre é tão explícita como nas expressões “subir pra cima” ou “descer pra baixo”...

Quem de nós nunca encarou de frente um desafio? Ou reparou nos pequenos detalhes de uma decoração? Algum de vocês já planejou antecipadamente aquela viagem de férias?

Então, assistam ao vídeo a seguir e deem (sem o chapeuzinho, lembram?) boas risadas...



Abraços!

Olha o queijo aí de novo, gente!!!



Abraços!

17 de mai. de 2009

De bem com a nova ortografia – tire o “chapéu”



Lembre-se: o penúltimo o do hiato oo fica sem o acento circunflexo (o conhecido chapeuzinho).

Antes do Acordo: vôo, enjôo, povôo, abençôo
Depois do Acordo: voo, enjoo, povoo, abençoo

E tem mais: as formas verbais terminadas com eem também perdem o acento circunflexo.

Antes: crêem (crer), lêem (ler), vêem (ver), dêem (dar)
Depois: creem, leem, veem, deem

Achou estranho? Com certeza, o corretor ortográfico do seu computador também vai achar (ele vai até querer acentuar essas palavras por conta própria)... Vai demorar um pouco para o sistema ficar atualizado com a nova ortografia.

Até a próxima!

12 de mai. de 2009

P. da vida!

O blog Muçarela adverte: a falta de leitura pode causar raiva.

Não acredita? Então, assista ao vídeo a seguir...



Abraços!

10 de mai. de 2009

Um exemplo de mãe

Quinta filha de uma turminha de oito, ela recebeu, da madrinha, o nome de Lubélia. Assim como o nome, ela também não era muito comum... Com a vida difícil, na roça, não pôde estudar muito. Mas era inteligente, esforçada, e apenas com o primário já dava aulas para quem precisasse.

Aos 23 anos conheceu Antonio, o grande amor e companheiro de toda a sua vida. No início não foi fácil; ele era viúvo e tinha duas filhas, pequenas ainda. Mas Lubélia não teve dúvidas e casou-se com Antonio, assumindo a criação das filhas que ele trazia consigo. Corajosa ela!

E do casamento vieram mais quatro filhas, quatro Marias, completando, assim, a casa das sete mulheres: Lubélia e as seis meninas. Dificuldades e desafios foram muitos, mas o casal passou por tudo, e as filhas, como dizia o Antonio, orgulhoso, “todas deram gente”...

Mas por causa de uma doença grave, uma das Marias foi embora cedo, aos 35 anos. Era a Maria Eloisa, linda, loira e a alegria da casa! Foi difícil para a Lubélia e toda a família se acostumarem com a ausência da Loló – apelido carinhoso dado pelos amigos. O conforto era pensar que ela devia estar fazendo a maior farra lá em cima...

E dois anos depois, quando parecia que a vida tinha retomado o seu curso normal, um susto: agora era o Antonio que estava doente. E a Lubélia, com uma força vinda não se sabe de onde (ou melhor, só podia ser de Deus) não saiu um só instante do lado do marido. Noites sem dormir, viagens para acompanhá-lo no tratamento, lágrimas e orações... Até que Deus o levou para junto de Si. Ela soube aceitar, porque pior que perdê-lo era ver o seu sofrimento. A família e os amigos não a abandonaram, pois sabiam que não seria fácil superar outra perda e em tão pouco tempo. Mas com a fé que sempre a acompanhou, nesses quase setenta anos de vida, ela se manteve firme e hoje desfruta da companhia de outro Antonio, seu netinho, que trouxe alegria e esperança em seus lindos olhos azuis...

Mas por que estou contanto tudo isso?... Porque Lubélia é minha mãe e eu tenho muito orgulho de ser uma das quatro Marias, entre as seis filhas queridas de Antonio.

Ficaria eu aqui, escrevendo páginas e páginas para falar do caráter e da bondade de minha mãe, por tantas vezes incompreendida. Falaria das noites em que ela ficava cochilando em cima da máquina de costura, trabalhando até tarde; ou do cafezinho que fazia todos os dias para a vizinha D. Maria Graciana, velhinha pobre que não tinha ninguém por ela.

Incapaz de dizer “não” para os outros, ainda que isso lhe custe sacrifício, ela é um exemplo de MÃE, no sentido mais completo da palavra.

Hoje é um dia muito especial e a minha homenagem é para a Lubélia e todas as mães que, como ela, souberam se entregar de corpo e alma, abrindo mão até dos próprios sonhos, pela felicidade de seus filhos.

Parabéns, Mãe! E obrigada por tudo!

Da sua filha, Maria Eliana.

De bem com a nova ortografia – o trema desaparece



É isso mesmo, gente, o trema caiu. Mas, cá entre nós, ele já andava meio caído... Quem de vocês costumava usar os dois pontinhos na hora de escrever cinquenta, frequência ou tranquilo? Acho que quase ninguém usava. Mas é bom lembrar que a pronúncia não muda, pois as novas regras só mexem na escrita.

E quanto a Gisele? Continua a ser Bündchen, porque o trema foi mantido em nomes estrangeiros e seus derivados.

Abraços!

5 de mai. de 2009

De bem com a nova ortografia – cresce o alfabeto


A partir do Acordo Ortográfico, o nosso alfabeto incorporou o K, W e Y, passando de 23 letras para 26. Essas letras podem agora, oficialmente, ser usadas em nomes próprios e seus derivados. Exemplos: Darwin – darwinismo, Taylor – taylorista.

CURIOSIDADE: as pessoas falam em Reforma Ortográfica e Acordo Ortográfico como se fossem termos sinônimos... Não são, gente. Rosana Weg e Virgínia de Jesus, professoras universitárias de Língua Portuguesa, esclarecem que a Reforma é estabelecida de maneira unilateral, independente, e cada país faz as mudanças que julgar necessárias – no Brasil, ocorreram em 1943 e 1971. Já o Acordo é multilateral, sendo construído com a contribuição de várias partes que entram em consenso para que as novas regras entrem em vigor. Então, já sabem, o que passou a vigorar em janeiro deste ano foi o Acordo Ortográfico.

Por hoje é só.

Abraços!

30 de abr. de 2009

E o controle de qualidade?

Caros leitores, vejam mais um exemplo de situação embaraçosa, causada pela falta de revisão do texto.



Imaginem a tristeza da D. Laura, coitada, ao ver a homenagem no jornal...

É por isso que eu digo: revisão não é "neura" e nem perda de tempo, é controle de qualidade.

Abraços!

29 de abr. de 2009

De bem com a nova ortografia - o Acordo



Como vocês sabem, entrou em vigor no Brasil o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
A partir de janeiro deste ano, algumas palavras sofreram alterações na sua grafia e isso está deixando todo mundo de cabelo em pé... Mas haverá um período de transição, o que significa que teremos um prazo – mais precisamente até dezembro de 2012 – para nos adaptar às novas regras. Até lá serão aceitas as duas formas de escrita.

O objetivo do tal Acordo é unificar a ortografia em oito países que adotam o idioma oficialmente, facilitando o intercâmbio cultural e científico. A grafia é alterada, mas a pronúncia continua igual. Para sanar todas as dúvidas que possam surgir (e elas devem surgir principalmente por causa do hífen), foi lançada em março a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), já com as novas regras ortográficas.

Falando nisso, vocês sabem a diferença entre vocabulário ortográfico e dicionário? O vocabulário apresenta apenas a grafia e a categoria gramatical das palavras. Já o dicionário traz também o significado delas.

Mas, querem uma sugestão? Não tenham pressa em comprar o VOLP. Explico: li um artigo de Pasquale Cipro Neto, na Folha de S. Paulo do dia 16 de abril, falando da possibilidade de Portugal não aderir ao Acordo Ortográfico (existe uma petição contra). E se aderir, pode ser que o País exija o cumprimento integral do artigo 2º do documento – ele determina a elaboração de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa “tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminações científicas e técnicas...” O professor Pasquale alerta para a possibilidade de Portugal querer participar da elaboração desse outro vocabulário e aí, adeus VOLP...

A dica é acessar o site http://www.academia.org.br/ da Academia Brasileira de Letras – clicar em NOSSA LÍNGUA, depois em BUSCA NO VOCABULÁRIO – para pesquisar a grafia correta das palavras. Por enquanto, o site não está atualizado com as mudanças, mas isso deve acontecer em breve.

Então, vamos combinar: se alguém tiver notícia sobre a questão do Acordo Ortográfico em Portugal (ou do desacordo, no caso) conte pra nós. A intenção é “trocar figurinhas” mesmo...

Acessem o blog sempre que puderem, pois as novas regras ortográficas constarão nas próximas postagens. Afinal, pra que esperar até 2012? Melhor a gente encarar essas mudanças, o quanto antes, e ficar de bem com a nova ortografia...

Até a próxima!

25 de abr. de 2009

Quem mexeu nesse queijo?

A palavra muçarela é um exemplo típico de como o povo faz a própria Língua. Alguém um dia imaginou (ou traduziu por conta própria) que deveria escrevê-la com SS e assim o fez. Outros tiveram o mesmo pensamento. Dessa forma, o delicioso queijinho foi passando de mesa em mesa, alheio a questões ortográficas. Vale comentar que a escrita incorreta em anúncios e cardápios não causa estranhamento algum...


Li uma matéria da professora Dad Squarisi (vejam, na sequência, parte do texto) sobre a polêmica criada após a realização de um concurso público, na cidade de Jundiaí. Motivo: ninguém acertou a questão sobre a grafia correta da tão conhecida muçarela. Afinal, todos conviviam em perfeita harmonia com a outra, aquela com SS, e estava difícil de engolir essa com Ç. Mas é como diz o Arnaldo C. Coelho: “a regra é clara!” E a regra nesses casos é ditada pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o VOLP, da Academia Brasileira de Letras. Lá todos podem procurar à vontade que não vão encontrar nenhuma mussarela.
Concurseiros em polvorosa
Os concursos estão em alta. Com razão. Submeter-se a processo seletivo é a forma mais democrática de conseguir emprego. Os aprovados entram no serviço público pela porta da frente. É uma glória. Adeus, pistolão! Adeus, favores políticos! Outro dia, a Prefeitura de Jundiaí abriu concurso para o cargo de educador social. A turma ficou em polvorosa. Varou noites e noites debruçada nos livros. No dia da prova, estava afiada que só. Mas uma questão levantou polêmica na cidade. Cobrava a grafia correta do queijo que faz a festa das pizzas. Qual é ela?
a. Mussarela
b. Muçarela
A polêmica
Segundo o dicionário Houaiss, a grafia correta é com ç. (Também existe a forma mozarela.) Estranheza e revolta tomaram conta dos candidatos. Pelo menos 50 participantes entraram com recurso para reclamar da questão. Mas as queixas provavelmente serão vãs. João Celso Neto dá notícias do vaivém da polêmica.
Autor do livro Gramática do português culto falado no Brasil e professor de língua portuguesa da USP, Ataliba Castilho estranhou a grafia da palavra com ç. “Eu mesmo achei que fosse com ss. Sempre escrevi e li desse jeito. Estou surpreso”, disse. O professor fez questão de consultar o Houaiss para constatar que sua antiga “mussarela” estava errada.
Para ele, a confusão é comum devido à origem do vocábulo. “Em italiano, ele é escrito mozzarella, com zz, por isso as pessoas costumam fazer a tradução do jeito mais próximo ao cotidiano. Mas a palavra já foi aportuguesada”, explicou. Castilho deu exemplo da palavra pizza, que, diferentemente do queijo, mantém a grafia italiana.
Poucos entendem tanto de queijo quanto Severino do Ramo Santos Soares, 33 anos. Há 15 anos ele trabalha como pizzaiolo e manuseia cerca de 40 quilos de muçarela por dia. “Nunca tinha ouvido falar que é com ç. Nos cardápios dos lugares em que trabalhei sempre estava com ss e, graças a Deus, ninguém reclamou. Nem da gramática, nem do gosto da minha muçarela”, brincou.
O gerente do restaurante Vesúvio, Rogério Antônio Fuziger, também estranhou a forma correta. Em sua pizzaria, o cardápio informa “mussarela”, do jeito considerado errado. “Ninguém disse nada. Até poderia mudar e colocar com ‘ç’. Mas aí sim o pessoal iria reclamar”, brincou.
É isso, leitor. A língua tem razões que a própria razão desconhece.
(Fonte: site correioweb.com.br)
Por hoje, é só. Caso queiram deixar algum comentário, sintam-se à vontade.
Abraços!

21 de abr. de 2009

Sejam bem-vindos!

Disse o Barão de Itararé: “O português é uma língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça.”
A fala do Barão é interessante, mas prefiro pensar que a língua portuguesa não é tão difícil assim. Digo que é rica de possibilidades... E bota possibilidades nisso!!!
Escrever um bom texto exige dedicação. Dizem que requer 10% de inspiração e 90% de transpiração. De preferência, sem correria. É como construir uma casa: o pedreiro começa com a alvenaria e passa depois para o acabamento (e não acabamento final, o que seria um baita pleonasmo). Com a redação é mais ou menos assim. Em primeiro lugar, é aconselhável anotar as ideias principais e organizá-las para dar uma boa sustentação e coerência ao texto. Em seguida, é fundamental fazer uma leitura (ou várias) verificando se a redação está clara, correta e objetiva. É bom lembrar que uma obra não é considerada pronta antes do acabamento. Também o texto necessita de uma boa revisão antes de ser finalizado.
Vejam só o que pode acontecer quando não se faz uma revisão do texto:


Cômico ou trágico? A verdade é que isso acontece mais vezes do que se imagina, principalmente nos dias de hoje, quando tudo é feito às pressas, na base do “copiar e colar”...
Minha intenção ao criar este blog é compartilhar informações, dicas e curiosidades sobre a nossa língua portuguesa. Espero, sinceramente, que essa iniciativa traga alguma contribuição para os leitores.
Sejam bem-vindos!